A esclerodermia juvenil é uma doença que assusta e leva apreensão aos pais, muitas vezes exagerada. Não que a doença, em si, não apresente gravidade. A enfermidade se manifesta de forma variada, seja estética, social e psicológica, presente nos quadros menos dramáticos da doença, ao comprometimento orgânico, nos casos mais graves.
O importante é que esteja presente o diagnóstico e o acompanhamento médico, que deve ter uma abordagem realista da doença, de modo a preparar os pais para lidar com as angústias próprias e, principalmente, da criança.
O que é esclerodermia juvenil?
A esclerodermia é uma doença autoimune, decorrente do ataque do sistema imunológico humano ao tecido conjuntivo, provocando um quadro inflamatório, que acarreta alterações na pele. Além disso, os sintomas podem incluir alterações nos músculos, vasos sanguíneos e nos órgãos internos. Há duas formas de esclerodermia juvenil: a sistêmica e a localizada.
A esclerodermia localizada é a manifestação menos agressiva da doença, que não compromete órgãos internos. Como o próprio nome já diz, a agressão é localizada, assim como seus efeitos. A esclerodermia sistêmica é a forma mais dramática da doença, pois, além da pele, afeta os órgãos e sistemas internos do organismo.
Sem dúvida alguma, se o diagnóstico for de esclerodermia localizada, os pais devem se tranquilizar, sobretudo porque não há registros de que o modo localizado evolua para o sistêmico.
Além disso, a esclerodermia sistêmica corresponde a menos de 5% dos casos. Nesta, pode haver comprometimento dos vasos sanguíneos, levando a ulcerações nas extremidades do corpo e de órgãos internos, como o esôfago, pulmões, rins e o intestino.
Entenda melhor sobre ambas as manifestações da doença, a seguir.
Esclerodermia localizada
Tratamos, a seguir, da esclerodermia localizada, a mais comum na infância. Lembrando que a doença, em todas as suas formas, é mais presente em pessoas na faixa dos 30 e 50 anos.
Trata-se da forma que atinge somente a pele e que pode se apresentar de três formas: morfeia, esclerodermia linear e linear em golpe de sabre.
Morfeia
Esta é a manifestação mais comum. Nela, surgem placas na pele, que medem de 1 a 5 cm. O indivíduo pode apresentar desde uma única placa a várias delas espalhadas por todo o corpo.
As manchas começam com coloração rosada, mas, com o tempo, vão ganhando aspecto ressecado e endurecido, com uma cor pálida. No entanto, também pode ser mais escuras ou mais claras que a pele, dependendo do tom natural da mesma.
Esclerodermia linear
A principal característica das placas na esclerodermia linear é que elas progridem, como criando um caminho através do corpo.
Aparecem nos braços e nas pernas, podendo, em casos raros, chegar ao abdômen e ao tórax.
O risco maior desta esclerodermia é que as lesões podem atravessar articulações dos braços e das pernas, comprometendo-as. No caso das crianças, pode haver comprometimento do crescimento.
Esclerodermia linear em golpe de sabre
Nesta esclerodermia, as placas aparecem na cabeça e na face. O risco, a exemplo da esclerodermia linear, é afetar a harmonia da face, que pode herdar traços assimétricos.
Tratamento da esclerodermia juvenil
Em todos os casos de esclerodermia juvenil localizada, as manchas, com o passar dos anos, amolecem e assumem sua coloração definitiva.
O importante é que haja o diagnóstico e a classificação do distúrbio. O diagnóstico pode ser feito com base no histórico e nas características das placas, podendo ser solicitada a biópsia delas.
Assim, as crianças com morfeia são tratadas à base de pomadas ou cremes de calcipotrieno. Quando ocorre risco dos danos relacionados à esclerodermia linear, o médico pode prescrever o tratamento com metotrexato.
É preciso estar atento e questionar o médico sobre o tratamento, pois ainda há grande controvérsia acerca do tema. De modo geral, a esclerodermia juvenil é uma doença rara, cujo tratamento não está consolidado.
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